Carnaval \o/

Dia 1

Porque meu carnaval começou foi na sexta. "E sexta esse garotinho da pesada se meteu numa tremenda confusão" - Narrador da sessão da tarde sobre o carnaval do abel. Primeiro que eu cheguei na casa do kaduh, eu realmente não sabia o que seria da minha noite. Alguns dos nossos amigos estavam indo pra ipanema, outros estavam indo para o Freaky Show, digo, Candy Party. Como Kaduh sabe que eu odeio indies e derivados, nós resolvemos nos unir com o povo de ipanema. Mas não sei como, até agora eu me pergunto como eu me permitir ser arrastado pra porta do Freaky Show. Eu via pessoas de tudo quanto é tipo, desde cabelos moicanados até os dreads mal lavados do povo do Rappa - eu só não entendo o que esses últimos faziam numa festa indie - ah, esqueci! deve ter maconha nesse tipo de local. O local tava me assustando, as pessoas passavam por mim e eu podia jurar que seria abordado por uma delas e elas me mostrariam um boneco de vodoo com cabelos cacheados e diriam: "Olha, esse é você, você está na minha mão". Mas eu fui resgatado a tempo...
Diego apareceu e me levou pra uma festa que não era lá o que podia se chamar de normal, aliás nada é muito normal no carnaval. O nome da festa era Fucksia, o detalhe mais engraçado foi que meu nome não estava na lista e eu não tinha tanto poder aquisitivo naquele momento. Mas eu usei da biscatinagem e entrei com o nome de um amigo meu que eu sabia que não iria à festa. Sim, de Abel eu me tornei Pedro. Pelo menos isso é o que minha comanda dizia. E assim eu fiquei por lá, a lapa tava cheia de puta e viado, como diz o meu avô. Eu dancei, me acabei, falei com gringo que era da alemanha e não podia fazer show com a banda dele porque não tinha um transformador pra tocar algum instrumento aleatório lá. O pior que eu estava hospedado na casa do Kaduh e o Kaduh mesmo ficou lá no Freaky Show, o engraçado foi na hora de ir embora porque não tinha um taxista que sabia aonde era a rua do Kaduh, ainda teve um boçal que nos largou no meio do largo do machado onde o Diego me fez andar até laranjeiras pra finalmente pegar um táxi que sabia pra aonde estava nos levando. Cheguei estressado e cansado, pelo menos não guardei nada, "vomitei" tudo que eu não gostei da noite pro Kaduh e depois apaguei.

Dia 2

Foi a minha primeira ida a um bloco de carnaval. Sim, porque quando ganhei minha liberdade eu tinha 18 anos. Sim, sim meus pais foram um pouco chatos nessa parte comigo. E como com 19 anos eu estava namorando e não tinha vontade alguma de perder meu ex-namorado (acredito que nem ele de me perder) nós comemoramos o carnaval juntos, sem a putaria toda que o carnaval engloba. Então agora com 20 anos eu fiz a minha estréia. No começo estava chato, acho que porque eu não conhecia ninguém. Até a parte em que estavámos Eu, selena, kaduh e banny tava legal. Mas depois um povo desconhecido chegou e eu fui começando a me sentir uma ameba. Além do mais, todo mundo resolveu se perder, eu e banny fomos pra um lado, kaduh e os outros ficaram e outros e devia ter mais um grupinho em alguma direção aleatória. Até que eu fiquei sozinho, mas eu encontrei o povo da ULC, estavam todos lá: Shanti, Gohan, Fábio, Diego... Então as coisas começaram a se animar. Eu comecei a conversar com gente que falava minha língua e que eu já conhecia faz um tempo. Acabou que como sempre ficamos só eu e Diego que viramos um tipo de Amaurys Juniors, e saímos mexendo com todo mundo que passava na rua. Nós olhávamos para cara da pessoa e gritávamos "Olha quem está aqui!!!!" daí nós fingiamos histeria, chamávamos a pessoa do nome de algum famoso e tirávamos fotos com o desconhecido/desconhecida pelo celular como se estivéssemos emocionadíssimos de termos encontrado alguém famoso. As pessoas tadinhas, bêbadas, ou se achavam realmente famosas ou não dava muita atenção pra gente, mas a primeira reação era quase unânime. No final nós éramos quase a atração da farme. Acho que a maioria das pessoas já nos conhecia e falava com a gente quando a gente passava. Fora as pessoas que queriam mais do que falar com a gente, mas esse tipo a gente abafa. E não, eu não contei quantos eu peguei e acho que nem me lembro as feições de quem eu peguei. Quem eu queria mesmo eu não encontrei - mas também não vamos falar sobre isso. E essa alopração toda durou até umas cinco da manhã quando finalmente eu estava morto (eu não sei como o Diego ainda conseguia tirar tanta energia - deve ser o vegetarianismo). E eu cheguei em casa, tomei banho e apaguei mais apagado que no dia anterior.

Dia 3

Não fizemos muita coisa. Acordamos e ficamos exaustos de ontem, acabamos que fomos parar em ipanema, era pra supostamente ter um bloco por ali. Enfim, acabou que ficamos só na bebida, Diego trouxe tacinhas de acrílico pra bebermos nossas poções mágicas (misturas esquisitas de coisas com álcool). Eu fui roubado no meio da farme de amoedo. Sim, meu celular se foi de novo, agora eu vou ter que manter segredo sobre isso, porque meus pais jamais podem desconfiar de uma coisa dessas. A última vez eu perdi meu celular que foi no máximo a dois, três meses atrás e eu tive que dizer em casa que fui assaltado. É né, eu menti... tinha mais é que ser roubado mesmo. A minha noite não foi uma das melhores, sim eu dancei demais eu me diverti maaaaas nem tudo pode ser perfeito, né? Eu queria que o álcool pudesse bloquear certas coisas e me fazer esquecer de outras. E de novo, eu não fiquei com quem eu queria, mas dessa vez não porque eu não o vi... mas porque o álcool não bloqueou minha timidez. Mas é a vida... O final foi até bem engraçado, tive que vir do lado de um Kaduh muito bêbado cantando "O chefe chico vai cozinhar" por botafogo até chegarmos em casa. Acabou que chegamos tomamos banho e a última coisa que nós pensamos foi cozinhar embora estivéssemos morrendo de fome.


Continua?
XoXo