A Sandália

Vou contar O sábado trágico. Bem trágico mesmo, mas eu tenho um dispositivo contra tragédias, que acabam se tornando divertidas pra mim. É como se fosse aquela música "For pessimist, i'm a good optimist". Eu e Kaduh fomos para o cine ideal, sim, o último cine ideal do ano. A primeira rua da fila da boate estava cheia de pessoas, então nós andamos, andamos e viramos a esquina e a fila não parava, parecia não ter fim e bem no final da outra rua nós conseguimos um lugar ali. Fomos recebidos por duas mulheres de linguajar pobre =/ oferecendo balla halls, chiclete e cigarro por algum valor que eu não me lembro exatamente agora, mas que não devia ultrapassar 2 reais. As pessoas da fila eram bizarras, tinha o cover do chimbinha, o clube super nada-secreto das passivas cabelereiras, também tinha um garoto solitário atrás de nós com a cara bem marcadas por MUITAS espinhas, provavelmente porque ele deve ter usado muito anabolizante e isso foi um dos efeitos colaterais - o preço pelo que ele devia ter pago para se obter a beleza. Claro, tinha pessoas bonitinhas também, mas esses eram poucos e deviam estar super cobiçados lá dentro, aliás lá dentro. O lugar era meio úmido, calorento, parecia o inferno, em cima do queijo várias pessoas anabolizadas dançavam, em determinada hora quando eu tentava abrir espaço para passar entre muita gente suada e nojenta eu pude jurar que vi o 50 cent do meu lado! E eu ainda paguei 30 reais (porque chegamos na fila as onze horas e só entramos depois de 1 hr da manhã) para entrar no inferno! Eu imagino se um dia eu morrer e as forças maiores decidirem que eu deva pagar pelos meus pecados, eu me realizo ficando preso num lugar como o cine ideal para sempre. O terraço (aonde fica o pop) não abriu até as 2 da manhã, Kaduh não queria se misturar a muvuca então eu fui sozinho, e fikei sozinho do lado do bar aonde devo ter enchido meu copo de cerveja (ECA - pra vocês verem a que ponto eu cheguei) umas 20 vezes. Pelo menos o alcool me conferiu uma adaptação ao ambiente trágico aonde eu me encontrava... Daí em diante foi legal, eu dançava house, pop, funk aonde eu estava eu dançava. Reencontrei Kaduh (o que eu jurei que seria impossível) e mais alguns conhecidos, inclusive o Diego que estava no mesmo bote furado que a gente. Quase fui agredido uma vez e fui literalmente agredido numa outra vez. Na primeira o menino tinha me confundido com um arqui-inimigo dele e virou o punho fechado pra mim como se fosse me dar um soco e quando viu que eu não era quem ele mais odiava no mundo, pediu desculpas pra mim alisando meu rosto e me chamando de gato o.o. Na segunda vez eu não sei porque, eu estava dançando o garoto do andar de baixo me deu um soco na perna (será q eu pisei no dedo dele!?), eu mandei o garoto se foder e o segurança meio que pediu pra que eu parasse porque não valia a pena. Mas eu adoraria travar um combate Abel versus Barbie no meio do inferno, essa história daria até um jogo de video-game.

Destaque da noite trágica: A música misteriosa que embalou todas as barbies e beeshas do local, a música onde uma mulher ficava repetindo diversas vezes "A Sandália" HUSHUSHUSHUSHUSHUSUH Juro que ainda descubro que música é essa!


Gente meu celular está maluco (sim, eu recuperei meu numero antigo), hoje eu acordei e estava escrito: "Quer usar preto no reveillon? Saiba o que essa cor significa". Será que meu celular sabe o que eu estou pensando agora!? Será que ele fala comigo? Bem, eu adoraria ter um celular que falasse comigo e que me desse conselhos, mas eu não estou em nenhum filme do Spilberg.

Anyway,
XoXo